Às
vezes nos perguntam: com tanto planeta e asteroide à disposição
hoje em dia, por que a Astrologia Tradicional (ou Clássica) continua
a trabalhar com sete planetas?
A
resposta está, como o próprio nome diz, dentro da Tradição
Astrológica: os conhecimentos e procedimentos que foram sendo
construídos e validados ao longo dos séculos, desde pelo menos o
terceiro milênio a.C., até o século XVII d.C., se basearam em sete
planetas. E para a Astrologia, planetas são as luzes que se
movimentam pelo céu, em contraposição às luzes (aparentemente)
fixas, que são as estrelas.
Assim,
são planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, bem como
as duas luzes maiores e mais importantes do céu – o Sol e a Lua,
chamados de Luminares. Urano, Netuno e Plutão, descobertos entre o
século XVIII e o século XX, não possuem luz visível a olho nu e
assim não atendem o requisito para serem planetas na Astrologia
Tradicional. O mesmo vale para os asteroides e qualquer corpo celeste
sem luz perceptível sem recursos tecnológicos.
Tão
marcante na cultura e na vida dos povos foi essa relação com os
sete planetas, que uma das unidades básicas de tempo para os nossos
calendários e para organizarmos a vida cotidiana é a semana: sete
dias, que correspondem a uma fase da Lua e cujos dias, em várias
línguas, foram batizados com o nome dos sete planetas: Dia do Sol
(domingo), Dia da Lua (segunda-feira), Dia de Marte (terça-feira),
Dia de Mercúrio (quarta-feira), Dia de Júpiter (quinta-feira), Dia
de Vênus (sexta-feira) e Dia de Saturno (sábado).
O
pensamento e a prática astrológica foram moldados e ajustados ao
longo de mais de quatro milênios, resultando num sistema completo e
que requer domínio de seus fundamentos – isto é, não apenas do
conhecimento técnico, mas acima de tudo da forma de observar e
interpretar o mundo; é mais do que memorizar informações e aplicar
uma receita, é observar, pensar e usar o bom senso. Por isso a
Astrologia era conhecida como “A Arte”.
Isso
estava compatível com a forma de viver em sintonia com o ritmo da
natureza, situação que foi alterada com a Revolução Industrial,
nos séculos XVIII e XIX, e que nos colocou em um ritmo diferente,
acelerado, mais compatível com as máquinas que passaram a ser a
referência diária. Passamos a servir a mecanização que deveria
nos libertar das tarefas menos nobres e nos aumentar o tempo livre.
Pelo ritmo ditado por nossos
aparatos mecânicos e eletrônicos, hoje
temos a impressão que estamos correndo cada
vez mais, de segunda a domingo, perseguidos
por uma cobrança sem tréguas – como na letra de “Police On My
Back”, gravada pelo The Equals (1967) e regravada pelo The Clash
(1980):
“...I
been running Monday, Tuesday, Wednesday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
Runnin' Monday, Tuesday, Wednesday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
Runnin' Monday, Tuesday, Wednesday
Thursday, Friday, Saturday, Sunday
What
have I done?
What have I done?”
What have I done?”
Hoje
é o dia de Mercúrio e agora é a hora de Júpiter
– e todo dia e toda hora é dia e hora de Astrologia e de
Rock’N’Roll :)
Cao (Clauidinei Dias) -Astrologia do Rock
Créditos
da imagem: kylegrant76
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