quinta-feira, 14 de abril de 2016

Mapas do Keith Emerson e do Jon Lord

Muitos acham que Keith Emerson foi o mais técnico e completo, O Maioral dos teclados. Há quem considere que Emerson, Jon Lord e Rick Wakeman são a santa trindade dos melhores tecladistas do Rock. Outros consideram que, junto com seus contemporâneos Rick Wright (do Pink Floyd), Tony Banks (do Genesis), Billy Ritchie (do Clouds), além dos citados Wakeman (do Yes) e Lord (do Deep Purple), Emerson formou um distinto grupo de tecladistas com sólida formação musical e talento suficiente para tocar (e compor) música clássica ou qualquer outro estilo musical. Esses sujeitos escolheram levar seu virtuosismo para o Rock, acrescentaram um bocado de música clássica, Jazz, Rythm'n'Blues e assim definiram muito do que veio a ser o Rock harmônico, sofisticado, inovador e único que floresceu no final dos anos 1960 e principalmente nos anos 1970.

Além do talento, estudo e dedicação - e o sucesso alcançado -, o que mais esses caras todos tinham em comum? Para começar, são todos Made In England e tocavam em bandas inglesas - God Save The Queen! E o que mais?

Vamos começar vendo os mapas dos já astrais Emerson (se suicidou em 10/março/2016) Jon Lord (morreu de câncer no pâncreas em 16/julho/2012):

Às 22:15 de 2 de novembro de 1944 nasceu Keith Noel Emerson, em Trodmorden, West Riding of Yorkshire, Inglaterra. Músico virtuoso, compositor e tecladista, ele atingiu o sucesso com o grupo Nice, na década de 1960, e consagrou-se com o Emerson, Lake & Palmer, seu supergrupo de Rock Progressivo que virou um dos ícones do estilo na década de 1970.

Saturno na Casa I - e retrógrado! - indica que o cara tende a ser persistente, querer saber e fazer tudo direitinho (e sozinho: autodidata), ficando exigente, crítico e cri-cri. Mas alcança resultados que outras pessoas desanimam só de pensar: Emerson começou a tocar piano aos oito anos, não teve uma educação musical formal, mas foi ouvindo e aprendendo, praticando, incluindo música clássica, Jazz e Rock à sua formação. Aos 15 anos, deixou a escola e começou a tocar piano em bares. Logo tocava órgão Hammond e explorava o instrumento como ninguém antes o fizera, e mais tarde descobriu o sintetizador Moog, com o que estabeleceu a base do futuro som do ELP (Emerson, Lake & Palmer).

Vênus (o Pequeno Benéfico), indicador do lado artístico, está na pouco feliz Casa VI, mas junto ao Lote (ou Parte, ou Roda) da Fortuna (o Terceiro Benéfico) e disposto por Júpiter (o Grande Benéfico) em Virgem na Casa III: de novo a questão da persistência (para compensar a pouca força das Casas cadentes III e VI), do perfeccionismo (Júpiter em Virgem), mas também com os três benéficos prometendo ventos favoráveis a quem enfrentar (e sobreviver a) a tempestade.

Mercúrio, envolvido nos processos mentais (conhecimento técnico) e habilidade manual, está conjunto e disposto por Marte em domicílio em Escorpião, resultando em muita atenção ao que faz, controle, intensidade, profundidade, velocidade e destreza.

Ou seja, Emerson tinha tudo para ser destaque com praticamente qualquer instrumento que exigisse destreza e alta qualidade técnica. Seu pai - que podemos associar a Saturno - era pianista amador; Emerson escolheu os teclados e fez com que esse fosse o instrumento principal dos grupos que formou (Nice, ELP, Emerson, Lake & Powell) e comandou.





E Jonathan Douglas Lord nasceu em Leicester (Inglaterra), em 9 de junho de 1941, sem horário registrado (ou pelo menos divulgado), o que nos impede de ver a distribuição dos signos e planetas pelas Casas do seu mapa -  e consequentemente as dignidades acidentais - mas podemos ver as dignidades essenciais dadas pela posição dos planetas nos signos.

Saturno em Touro está na sua própria Face - uma dignidade (qualidade) menor - e disposto por Vênus em Câncer, que está na sua Triplicidade e Face, e disposto pela Lua. Aqui podemos ter uma relação arte-dedicação: ralar pela arte. Além disso, o pai (Saturno) de Jon era saxofonista amador e incentivou o filho a aprender música desde cedo, o que levou o pequeno Lord a iniciar os estudos de piano clássico aos cinco anos de idade. Jon aprendeu, cresceu em idade, experiência e conhecimento (Mercúrio, disposto pela Lua em Sagitário), dedicou-se a experimentações e explorações juntando Blues, música clássica e Rythm'n'Blues (entre outros estilos) e tirando sons inimagináveis de seus órgãos Hammond, causando a admiração expressa publicamente de Emerson e de Wakeman.

Junto com Ritchie Blackmore e Ian Paice Funda o Deep Purple - um dos expoentes máximos do Hard Rock - em 1968 e com eles mantém as rédeas do grupo até a dissolução em 1976. Toca no Whitesnake de 1978 a 1984, volta a formar o Purple em 1984 e segue na banda até 2002, quando resolve tirar o time de campo e seguir seu próprio caminho.

Analisando a vida e os mapas de Emerson e de Lord, fica evidente a importância de Saturno: ambos tiveram pais músicos e que os influenciaram decisivamente. Nossos indômitos tecladistas também se dedicaram a ralar, desde cedo, para ter uma sólida base musical e experiência, o que os levou a galgar as posições de comando nos principais grupos que formaram e em que tocaram.

No mapa de Emerson, Saturno é disposto pela Lua; no de Lord, Saturno está na exaltação da Lua: não basta ter técnica e conhecimento, é preciso ter emoção. A música de ambos, embora sempre virtuosa, jamais era fria. A Lua do mapa de Emerson também é dispositora do Ascendente (é quem representa a pessoa) e é disposta por Mercúrio: Lua da inquietação, do inconformismo. No mapa de Lord, a Lua é dispositora de Mercúrio e de Vênus e disposta por Júpiter: Lua da expansão, das novas fronteiras. Emerson adorou o som do órgão Hammond, mas foi um dos pioneiros do uso do órgão Moog e literalmente virava os bichos do avesso; Lord também adorou o som do Hammond, mas quando a maioria da galera dos teclados foi para o Moog, Lord continuou com o Hammond e levou seu som a patamares nunca dantes navegados.

Para encerrar, aqui vão dois exemplos do que faziam os dedos mágicos desses tecladistas geniais e fundamentais na história do Rock: o ELP tocando Hoedown (https://www.youtube.com/watch?v=N0FuFfcCZiE), com Greg Lake segurando a base no baixo, Carl Palmer fazendo a bateria dar ritmo com jeitão de solo, e os teclados de Emerson conduzindo e consolidando a avalanche sonora. E na icônica Highway Star (https://www.youtube.com/watch?v=7zKAS7XOWaQ), onde Deep Purple de Ian Paice, Ian Gillan, Roger Glover e Ritchie Blackmore e Lord parece uma competição de talentos, são os teclados de Lord que iniciam a música e vão até a última nota, além de dividir os solos com a esfuziante guitarra de Blackmore.

Gratidão pela companhia e até o próximo post!

Cao (Claudinèi Dìas)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Mapa do Cazuza

Hoje, dia 4 de abril, se Cazuza estivesse vivo estaria completando 58 anos.
Cazuza era cantor, compositor e poeta. Por volta de 1965 começou a escrever letras e poemas, que mostrava à avó. Graças ao ambiente profissional do pai, Cazuza cresceu em volta dos maiores nomes da música popular brasileira. Trabalhou no departamento artístico da Som Livre.
Em 1980, Cazuza foi indicado por Leo Jaime para fazer teste e participar dos ensaios de uma nova banda de rock que estava se formando, o Barão Vermelho. Em 1982, lançam o primeiro álbum, que vende apenas 7.500 cópias. O segundo álbum vendeu 15.000 cópias e após Ney Matogrosso gravar "Pro dia nascer feliz" deu o último empurrão que a banda precisava. Em 1985, o Barão Vermelho é convidado a participar do Rock in Rio. Alguns meses depois, Cazuza decide deixar a banda e partir em carreira solo.
Dentro de seus maiores sucessos, destaca-se: "Exagerado", "Codinome Beija-flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz parte do meu show", "O nosso amor a gente inventa" e "O tempo não para".
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico.
Em 1989 declarou publicamente ser soropositivo e no ano seguinte, no dia 7 de julho, faleceu aos 32 anos.

Vamos dar uma olhada no mapa do Cazuza:






Cazuza possuía temperamento COLÉRICO (qualidades primitivas: quente + seco). O temperamento colérico caracteriza um indivíduo com muita energia, vontade, ímpeto, agressividade, otimismo, impaciência, impulsividade,  ousadia, arrogância, astúcia.

O planeta com maior dignidade no mapa, também chamado de Almutem, é Saturno.
Saturno em Sagitário, retrógrado, na Casa 1 é o protagonista da carta e aponta um nativo que necessita se estruturar, ter base. A base pode ser através do conhecimento, da expansão de horizontes, ter contato com outras culturas, mas sem se deixar levar por seus ideais, crenças e convicções, é preciso também realidade e pés no chão.
Saturno na Casa 1 também mostra aprendizados através de possíveis limitações físicas e da própria construção da individualidade. O nativo com Saturno na Casa 1 pode se sentir cobrado a ser sempre responsável.
Saturno é o Senhor do Tempo e está representado na música "O tempo não para". Um trecho:
"Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não pára"
A Casa 1 também fala sobre o corpo físico e com Saturno lá, o nativo tende a ser do tipo mais magro.
Saturno aspecta Vênus em Aquário, Lua e Júpiter em Libra. Essas interações reforçam as características de Cazuza com relação ao interesse no social, nos relacionamentos, questionar o mundo, querer mudanças.

O Ascendente é Sagitário e faz trígono a Marte e ao Sol.
A letra "Ideologia" mostra os questionamentos e frustração de Cazuza em relação aos assuntos de Sagitário (o futuro, a política, o mundo, as ideologias). Esse aspecto com Marte em Aquário na Casa 3 indica a maneira como Cazuza se expressava, de forma corajosa, inovadora, rebelde, inteligente.
"Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem"
E o aspecto com o Sol em Áries na Casa 5 indica personalidade que arriscava e era voltada para a criatividade e prazeres imediatos e em demasia. A satisfação vem de usufruir dos talentos individuais e de se mostrar herói de uma geração que sofria com os resquícios da ditadura, da repressão e do conservadorismo.
O regente do Ascendente é Júpiter. Júpiter em Libra na Casa 11.
Um dos principais interesses de Cazuza era as amizades e seu círculo social. Era boêmio e estava sempre rodeado de pessoas. O regente de Libra, Vênus, que no mapa está em Aquário, significa relacionamentos livres, leves, independentes, não convencionais e igualitários.
Júpiter está conjunto a Lua. Ele também tinha bastante contato com mulheres e a figura da sua mãe era bem presente.

A Lua, o humor e as emoções do nativo, encontra-se no signo de Libra. A Lua da parceria.
Ela está conjunta a Júpiter e faz trígono a Vênus em Aquário.
Cazuza sempre buscou o outro, a beleza, a arte, o amor. Com o outro ele queria mudar o mundo. Ele viveu novas formas de amor e relacionamentos.
Em Libra, Saturno tem sua exaltação. No mapa a Lua faz sextil a Saturno. Muitas vezes também mostrou sua carência, melancolia e frustração quando houve os desencontros e diferenças.

A Casa 10, a da carreira, está em Leão, junto à estrela fixa Regulus, indicando êxito, honras, ambição, dinamismo e independência.
O Sol, o regente da Casa 10, está em Áries na Casa 5, novamente um testemunho de uma vida ligada à arte, à criatividade e aos prazeres.


Espero que tenham gostado!
Ana K.