quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Mapa do Elvis Presley

Em 8 de janeiro de 1935, às 4:35 da manhã, nascia em Tupelo, Mississippi, o Rei de algo que ainda não existia. Era Elvis Aaron Presley, “O Rei do Rock’N’Roll”, “O Rei do Rock”, ou simplesmente “O Rei”.

Antes da glória, porém, Elvis – como tantos outros artistas que se tornaram ídolos e ícones do Rock – teve uma infância pobre e trabalhou em algumas funções, como lanterninha de cinema ou motorista de caminhão, que hoje em dia jamais entrariam no currículo de nenhum candidato dos programas de talentos.

Já imaginou um diálogo desses, lá pelos idos das décadas de 1950?

- O filme ontem foi bom?
- Ah, não foi grande coisa, mas o sujeito que me levou até o meu lugar, de chapeuzinho, luvinha e lanterna, falava “Por aqui, senhor, por favor.” com a voz de um Rei, todo mundo queria que ele mostrasse o caminho.

Ou esse?

- Caminhoneiro filho da p*t@! Aprendeu a dirigir onde, seu navalha?
- Ah, querido, deixe estar. Você não viu que aquela gracinha ao volante tem um jeito de, sei lá, um Rei de alguma coisa exótica?

Já dizia o ditado que quem vê cara não vê coração, mas uma olhada no mapa natal do sujeito ajuda a entender a conexão entre o que vibra no céu e o que ressoa na Terra. Então, vamos ao mapa d’O Rei.


Elvis foi filho único, pois seu irmão gêmeo univitelino Jesse nasceu morto. Em seu mapa natal, encontramos Saturno em Aquário na Casa III; essa Casa (área da vida) representa, entre outras coisas, os irmãos e a infância do nativo. Saturno em Aquário está em domicilio (está no auge de sua força) e entre as características de Saturno temos a dificuldade, a escassez ou a falta.

Temos aí um indicador de que Elvis teria poucos irmãos. E os pais de Elvis – Vernon Elvis Presley e Gladys Love Presley – eram ambos de Áries, signo considerado de pouca fertilidade. Estendo a elocubração, vemos que Aquário, o signo que está na cúspide (ponto inicial) da Casa III do mapa de Elvis, também é um signo de baixa fertilidade. “Coincidências”.

A infância de Elvis, sob a égide de Saturno, teve sua cota de dificuldades: a casa foi destruída por um tornado, o pai vivia de emprego em emprego e mal conseguindo pagar as contas, a família frequentemente recebia ajuda de vizinhos e comida do governo, e o pai e um tio de Elvis ainda passaram uma temporada na cadeia por estelionato.

Não é à toa que a mãe de Elvis era considerada a chefe da pequena família e que Elvis tenha se tornado muito ligado a ela. A Lua, indicadora de mãe no mapa, está em Peixes, ou seja, um planeta regente de signo do elemento Água (emoção) está em signo de elemento Água, resultando em sensibilidade e ligação com base nas emoções.

Pela Astrologia Moderna, a Lua em Peixes não tem dignidade (domicílio ou exaltação = força maior) nem debilidade (exílio ou queda = perda de força), mas parece sentir-se bem ali e ter uma força a mais, que é o que se via na relação entre Elvis e a mãe. Quando recuamos no tempo, porém, e olhamos os conhecimentos trazidos pela Astrologia Tradicional ou Clássica, vemos que a Lua tem dignidade de triplicidade (força) como participante (atua) nos signos de Água. Ahá!

Elvis se interessou por música, começou a cantar aos 10 anos e logo ganhou um violão no seu aniversário; começou a aprender a tocar. Recebeu lições dos tios, depois de outras pessoas. Ficou fissurado por música. Algumas pessoas reconheciam seu potencial, outras diziam que ele não tinha jeito para a coisa – chegou a receber “C” em música, na escola. Tinha timidez de tocar e cantar em público, mas continuou se empenhando em aprender e praticar.

Em seu mapa, o elemento Terra (mundo material, realizações) é o preponderante. Em suas Casas de Terra (áreas da vida ligadas ao mundo material) – Casa II (valores), Casa VI (rotinas e trabalho) e Casa X (carreira, posição social, rumo na vida) – tinha os signos de Terra – Capricórnio na Casa II, Touro na Casa VI e Virgem na Casa X. Isso reforça o que já era indicado por seu stellium (conjunto de planetas), incluindo o Sol (sua essência) em Capricórnio: enfrentar e superar adversidades, subir ao topo, realizar.

Assim, aos 18 anos fez sua primeira gravação comercial. Em 1954 (19 anos), misturando as influências musicais que trazia – gospel, country, blues, rhythm and blues, o que era o pop em sua adolescência, e qualquer outro som que gostasse, Elvis criou o que seria considerada a primeira gravação de rockabilly, uma das primeiras manifestações do que viria a ser o Rock’N’Roll.

Elvis foi um achado para os produtores: um branco com voz e espírito de negro, colocando energia e alma nas canções, e com performances escandalosas no palco, que lhe renderam o apelido de Elvis The Pelvis (por causa dos movimentos insinuantes que fazia com os quadris).  Como o menino tímido virou um pré-adulto tão desenvolto em suas apresentações?

A primeira parte da resposta está em seu Ascendente (o signo que está no nascente, na hora do nascimento da pessoa, e representa seu físico e imagem): com Sagitário ali, a promessa que Elvis trazia das estrelas é de apresentações ruidosas, expansivas, alegres, agitadas, sem limites.

A segunda parte da resposta é sua essência capricorniana de enfrentar as adversidades (sua timidez e as dificuldades materiais, por exemplo) e transformá-las em degraus para a escalada ao topo – um dos símbolos de Capricórnio é a cabra que sobe as encostas mais íngremes e chega ao ponto mais alto.

Assim, não é de se espantar que Elvis tenha conquistado o sucesso, feito fama e fortuna, e alcançado a posição de Rei do Rock; não havia lugar mais alto para ele chegar. Gravou muitos discos, fez vários filmes, virou sinônimo de showman. Mais de 30 anos após sua morte, ainda é o artista que mais vendeu na história da música, com estimativa entre 600 milhões e mais de um bilhão de álbuns vendidos. Continua sendo lembrado e parodiado, até em animações como Megamente (Megamind) em que o mocinho, Metroman, é uma mistura de Superman e Elvis Presley...

Foi o criador de um novo estilo musical; foi revolucionário e rebelde, com seu jeito de se apresentar que afrontava os rígidos padrões morais dos anos 1950; foi pioneiro, entre outras coisas, em realizar em 1973 o primeiro show transmitido via satélite ao vivo para vários países do mundo, inclusive o Brasil.

Conquistas e realizações; revolução, criatividade e pioneirismo. Isso soa a Capricórnio e Aquário. Ele tinha o Sol, Mercúrio e Vênus em Capricórnio, muita Terra no mapa, continuou cantando e se apresentando mesmo com os crescentes problemas de saúde – típico capricorniano workaholic; um Capricórnio danado de forte. E um Aquário funcionando firme e forte em parceria com esse Capricórnio, produzindo resultados sinérgicos (quando o todo é maior que a soma das partes, ou 1 + 1 = 3). Onde encontramos isso no mapa?

Encontramos isso no Saturno do mapa de Elvis; o temido e mal-falado Saturno é o dispositor final do mapa, ou seja, é o planeta que direciona todos os demais, dá as cartas e joga de mão, e é o regente de Capricórnio e (regente clássico) de Aquário.

Vejamos: Saturno está em Aquário, e rege Aquário e Capricórnio, onde estão o Sol (que rege Leão), Mercúrio (que rege Gêmeos e Virgem, onde está Netuno, que rege Peixes, onde está a Lua) e Vênus (que rege Touro e Libra, onde está Marte, que rege Áries, onde está Urano, que rege Aquário). Todos os planetas (e os signos regidos por eles) reportam-se a uma origem única, que é Saturno. Mesmo Saturno sendo o regente tanto de Capricórnio quanto de Aquário, os astrólogos tradicionais consideram que é no signo do Aguadeiro que esse planeta está mais à vontade e funciona melhor. Mais um ponto a favor da escalada do Rei ao ponto mais do reino que ele desbravou e ajudou a consolidar.

E Elvis faleceu no dia 16 de Agosto de 1977 em Graceland, Memphis. Foi encontrado no fim da manhã no banheiro da sua suíte. A morte foi causada por um colapso fulminante associado a uma disfunção cardíaca.
O ano de 1977 já tinha encontrado Elvis com a saúde deteriorada, problemas com o uso (e abuso) de substâncias químicas (legais ou não), performances sofríveis, uma caricatura do grande Rei que um dia fora. Muita grana, pouca satisfação.

Vejamos o que diz o Mapa da Revolução Solar de Elvis, e demais técnicas de previsão, para aquele ano de 77:



- Elvis estava vivendo a Profecção (técnica onde cada casa representa um ano de vida do nativo, começando pela casa 1) de Casa VII que abre em Gêmeos, que é regido por Mercúrio. Esse Mercúrio está na Casa II do mapa natal, indicando um período de relacionamentos, associações, parcerias que envolvessem dinheiro, bens. Tudo isso por meio da sua carreira e parcerias, já que esse Mercúrio é regente da Casa X ou Meio do Céu e da Casa VII. Elvis estava novamente com seu antigo empresário Tom Parker, após demiti-lo, ser pressionado pela família e ser obrigado a recontratá-lo. 

- Estava vivendo a Firdária (tema principal) do Sol, que em seu Mapa natal está na Casa II (regido por Saturno). E Sub-Firdária (tema secundário) de Mercúrio, que em seu Mapa natal está também na Casa II (regido por Saturno). O Saturno de Elvis era em Aquário, domiciliado e na Casa III. Reforçando a técnica da Profecção: novamente a Casa II envolvida, apontando período para dinheiro, bens, envolvendo a Casa III. Bens por meio de parentes, por meio de deslocamentos, suas turnês, por exemplo. Money, money.

- Nas Direções Secundárias (outra técnica de previsão), a Lua Progredida Pré-Natal está na Casa VIII (Casa da Morte).

- Nos Trânsitos, em Agosto de 77, Saturno estava a 15º de Leão começando uma oposição (tensão) ao Saturno natal de Elvis (25º de Aquário). E Júpiter (regente e almutem do Ascendente do mapa natal e na Casa XII) passava pela Casa VI da RS. Casas e Eixo das Doenças, enfermidades.

- Sabemos que os planetas transpessoais devem ser analisados com cuidado, transitam lentamente, ficando muito tempo em um Casa. No caso do Elvis, Plutão estava em conjunção (= junto) a Marte há algum tempo. Mas é um item "plus" na conta das evidências; Marte é o almutem do mapa, ou seja, um planeta maléfico junto ao protagonista, ao ator principal do mapa, sinalizando problemas.

Começamos a olhar o Mapa da Revolução Solar (RS) agora:
- O almutem (Planeta Protagonista da história e mais importante) da RS é Vênus em Peixes, exaltada (= forte) na Casa I (Vitalidade), regendo a Casa VIII (a da Morte) e Casa III.

- O Ascendente da RS (que testemunha pela Vida do nativo) abre em Aquário, regido por Saturno (o Grande Maléfico). Saturno em Leão, exilado e retrógrado (= enfraquecido) na Casa VI (das enfermidades) já mostra um ano de baixa vitalidade e possíveis problemas de saúde. Este Saturno também rege a Casa XII e é almutem das Casas I, VIII e XII, casas que testemunham sobre a vida, morte, fins, doenças, hospitais.

- A Lua do ano é Leão. Lua Majestade. Lua do Rei. Essa Lua faz aspectos desarmônicos durante os meses de janeiro a agosto com Saturno e Júpiter.
Lua junto a Saturno (aspecto exato em abril de 77) e Lua em quadratura com Júpiter (aspecto exato em ago/77). Saturno é significador natural de morte. Júpiter, o planeta que no mapa de Elvis tem papel importante e é significador da vitalidade (Casa I) e dos Fins (Casa IV), em uma Casa desafortunada (XII), e tem como dispositor a Lua. Lua que rege a Casa VIII.

A Lua-Saturno em Leão dá o Tom do ano. Ano em que o Rei estava melancólico. O coração do Rei estava triste, tanto que a morte foi causada por um colapso fulminante associado a uma disfunção cardíaca. O Coração é regido por Leão. 

Saturno em Leão é um Rei que não quer ficar  velho, ultrapassado. Não aceita passar o trono para um mais novo, ter um sucessor. E realmente não teve. Ele morreu e mesmo morto não deixou de ser O Rei.

Encerramos este post com um dos vídeos mais emblemáticos do revolucionário Rei do Rock: https://www.youtube.com/watch?v=gj0Rz-uP4Mk 

Gratidão por nos acompanhar em mais este post sobre os astros do céu e da Terra, e p-p-po-por ho-hoje é-é só, pessoal! Valeu!

Ana K. e Cao.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Mapa de Jimi Hendrix

Hendrix virou referência de Guitarrista, com “G” maiúsculo: não um mero arranhador de cordas, dedilhador de notas, nem alguém que sabe os acordes corretos para levar uma música com competência até seu final, mas alguém que parece se fundir com o instrumento, tamanha é a integração entre eles: não dá para saber onde termina o braço humano e onde começa o braço da guitarra, um é a extensão do outro.

Quando tocava, Hendrix parecia que estava possuído, e quem sabe estava mesmo! Veja como ele estava nesse solo fantástico: https://www.youtube.com/watch?v=a6meMBtTgKQ

A criatividade, inesperada, aparentemente caótica, mas que expande a harmonia, que flui na música, no Rock e em todas as formas de mostrar a conexão do humano com o divino, se fazia som e usava Hendrix como médium. As mãos dele faziam a guitarra falar, uma linguagem supra-humana e sem fronteiras, convertendo os sopros das musas inspiradoras em notas musicais inimitáveis.

Jimi abriu novas possibilidades para os guitarristas, anos-luz à frente de tantos outros, como Ritchie Blackmore, Jimmy Page, Eric Clapton, Jeff Beck, Stevie Ray Vaugham, Joe Satriani e muitas outras feras, que por si só já são virtuoses e referências talentosíssimas do Rock.

Fulgurante e fulminante, Jimi Hendrix surgiu, brilhou como uma supernova (estrela que explode e por algum tempo brilha tanto, ou mais, que uma galáxia inteira, depois vai se apagando, mas deixando sua marca no firmamento) e logo voltou à fonte das ideias e talentos de onde emanam todas as Artes que expressamos e apreciamos. Continua atual, vanguardista e impressionante para quem quer que ouça o que ele tocou.

Vejamos, então, seu mapa natal e as relações entre sua vida terrena e o que os astros anunciavam.



Johnny Allen Hendrix, que depois seria rebatizado como James Marshall Hendrix, nasceu em Seattle, às 10:15 de 27 de novembro de 1942, e também foi sepultado lá após desligar-se do planeta Terra aos 18 dias de setembro de 1970 em Londres – apesar de ter pedido “não me enterrem em Seattle, lá é muito frio e úmido”.

Com três planetas – Sol (essência), Mercúrio (expressão) e Vênus (relacionamento) – e também o Ascendente (imagem e corpo físico) em Sagitário (animado, exagerado, espalhafatoso, generoso, expansivo), fica fácil entender as roupas coloridas e nada convencionais, o cabelo indomável, o visual sempre mutável e as performances apoteóticas no palco: Jimi não apenas quebrava a guitarra, como o The Who e outros já tinham começado a fazer, mas continuava tocando nos destroços, ou então colocava fogo neles. Em outras vezes, tocava com os dentes, ou colocava a guitarra nas costas e continuava a tirar sons nunca antes imaginados daquele instrumento.

Sua infância foi confusa e turbulenta:

- quando Jimi nasceu, seu pai estava no exército e chegou a ficar preso, para impedir que fugisse e fosse visitar o filho recém-nascido, que só pode conhecer após três anos. O Sol de Jimi está entre as Casas XI e XII; na Casa XII, um dos significados é de pai desconhecido, distante ou ausente...

- foi o segundo dos cinco filhos do casal Al Hendrix/Lucille Jeter, nasceu Johnny Allen e anos depois foi rebatizado James Marshall à a Casa III (infância, irmãos) do mapa abre em Peixes (coisas confusas, no sentido de sem definição, pouco claras), cujo regente Júpiter (expansão) está exaltado (forte) em Câncer – ou seja, dificilmente Jimi seria filho único ou teria que dividir o quarto com apenas um irmão.

- esse Júpiter em Câncer faz conjunção (está junto) à Lua domiciliada (muito forte), ambos marcando profundamente a importância e influência da família: além de conseguir rastrear suas origens até uma tataravó índia Cherokee, Jimi tinha ascendentes africanos e irlandeses. No lado negativo, os problemas com álcool que Al e Lucille tiveram, como parte da vida difícil que levaram quando Jimi era criança, pode ter sido um dos gatilhos que levaram o Jimi adulto a entrar no álcool, e depois nas drogas.

- a Casa IV (família de origem, lar) abre em Áries (energia, impaciência, brigas, confusão), regido por um Marte domiciliado em Escorpião (Marte é o regente clássico desse signo): mudanças constantes de residência, brigas, separações e finalmente o divórcio de Al e Lucille marcaram a infância de um Jimi que se mostrava tímido e sensível. Tal timidez pode ser ligada a seu Saturno (instituições tradicionais, autoridades) fazendo oposição ao seu stellium (conjunto de planetas) em Sagitário: seu impulso natural de expansão ainda estava com uma tampa pesada demais em cima dele.

Seu Sol em Sagitário recebe junto com a oposição de Saturno, também a oposição de Urano, que está conjunto a Saturno em Gêmeos: tinha de lidar com a constante pressão interna entre ou atender à sua sede de liberdade, ou se sujeitar ao que lhe era imposto por figuras em posição de autoridade sobre ele, como seus pais, a escola na infância e adolescência e o exército – em que ingressou para não ir para a cadeia quando foi pego dirigindo carros roubados... Haja tensão e ansiedade.

Mercúrio em Sagitário, oposto a Urano, aumenta a ansiedade e a agitação, mas também a facilidade em aprender: aos quinze anos conseguiu comprar sua primeira guitarra e dedicava-se diariamente por horas a fio a explorar e aprender a tocar o instrumento. O Sol recebendo trígono de Plutão pode explicar essa força de vontade em perseguir o que quer.

Sua Casa VI abrindo em Gêmeos, regido por esse Mercúrio tenso e acelerado, reforça a habilidade manual e assim completa o quadro: Jimi era um canhoto que tocava guitarra de destro ao contrário e sem trocar as cordas; incorporou à sua música o uso de distorções, microfonia e pedais, reinventando a forma de tocar e ultrapassando qualquer limite até então sonhado no uso da guitarra, levando o Rock and Roll Hall of Fame a declará-lo como o maior instrumentista da história do Rock.

(Em novembro de 1966, o Jimi Hendrix Experience, com Jimi na guitarra e vocais, Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria, fez uma apresentação no clube noturno londrino Bag O’Nails, e na plateia estavam nada mais, nada menos que Eric Clapton, John Lennon, Paul McCartney, Jeff Beck, Pete Townshend, Brian Jones, Mick Jagger e Kevin Ayers, que ficaram estupefatos com o que ouviram, e suas reações extremamente positivas ajudaram a alavancar a carreira do jovem astro que despontava).

Gêmeos também abre a Casa VII (parcerias, relacionamentos) e aqui temos uma curiosa possibilidade do signo duplo: Jimi tinha preferência em ir para a cama com duas mulheres de uma vez.

Apesar de viver na chamada Era do Flower Power (o Poder da Flor), pregada pela geração Hippie, a vida estava longe de ser só flores para Jimi. Depois da infância pobre, superou as adversidades, virou astro de primeira grandeza e foi o artista mais bem pago do Festival de Woodstock , mas seus fantasmas podiam ser rastreados no mapa natal: 

- o Sol de Casa XI/XII trígono a Netuno reforçando o lado artístico, criativo, inspirado, mas também sujeito a vícios e alienação/ilusão; 

- Mercúrio oposto a Urano, acelerando o lado caótico; 

- Lua quadrando o Meio do Céu, apontando seus rompantes que causavam desentendimentos e rupturas com os parceiros musicais; 

- e Marte em domicílio (muito forte) em Escorpião e feral, isto é, sem fazer nem receber aspecto a planeta algum, sem ter qualquer referência para funcionar, podendo então ficar hipo ou hiper-ativo, funcionar para o que tinha de bom e também de ruim: Jimi tinha energia de sobra para tocar e criar, mas seu Lado Negro da Força aparecia quando ele bebia, e de um fulano legal, passava a ser um ciclano violento que quebrava quartos de hotel.

Seu primeiro retorno de Saturno – a volta de Saturno à posição celeste do instante do nascimento, após 28 a 30 anos – que entre outras coisas traz o aviso de “amadureça e cresça”, começava a pintar no horizonte de Jimi. Mas Hendrix saiu do corpo antes que Saturno chegasse, asfixiado pelo próprio vômito após uma overdose de barbitúricos.

É difícil dizer se inconscientemente Jimi fugiu dos limites de um mundo muito defasado e que o tolhia, ou se fugiu de si mesmo e do que trazia em seu íntimo.

Por coincidência ou não, na genial interpretação que fez de All Along The Watchtower, de Bob Dylan, Jimi canta o desconforto e o desejo de escapar:

“There must be some way of here
Said the joker to the thief
There’s too much confusion
I can get no relief”…
(deve haver algum jeito de sair daqui
disse o piadista ao ladrão
tem confusão demais,
eu não tenho sossego...)

Para encerrar, ouça essa música completa em https://www.youtube.com/watch?v=TLV4_xaYynY
grato pela companhia, e até o próximo post!

By Cao